Já notou como a cada dia as pessoas parecem estar com mais pressa? O sinal mudou para verde e a buzina já toca atrás de você. Você recebe um email e em menos de 1 minuto já recebe uma ligação para saber se leu o email. O seu cliente assina o contrato e 5 dias depois está cobrando o produto, sendo que ainda faltam 30 dias para a entrega.
Analisando a origem dessa pressa, vemos que o mundo mudou muito rápido. Uma lasanha que demorava 1h30 para ficar pronta, sai quentinha do microondas em menos de 10 minutos. Uma carta que demorava 5 dias para chegar ao destinatário, chega em 1 minuto por email. Uma notícia no jornal estampada como “inédita”, já foi lida pela grande maioria das pessoas em sites e blogs no dia anterior.
A tecnologia acelerou os processos, mas como lidarmos com essa velocidade? Como diz o filósofo brasileiro Mário Sérgio Cortella, em seu livro Não Nascemos Prontos, o mundo está entrando em um colapso, pois estamos vivendo uma miojização, onde tudo tem que ser resolvido em 3 minutos. Dessa forma, perdemos a capacidade de esperar, esquecemos que para as coisas acontecerem existe um processo.
Trazendo essa visão para o mercado corporativo, vemos jovens de 22 anos entrando em empresas e querendo ocupar cargos gerenciais em menos de 1 ano, vemos profissionais fazendo tudo com pressa e nada com perfeição (e prazer).
Outro ponto que surge com a pressa é o uso errado da palavra urgente. É imprescindível saber separar o urgente do importante. O importante é algo que foi planejado e temos ciência que, no determinado prazo, será concluído. O urgente é algo inesperado, que surge com a necessidade de ser executado em um tempo menor do que seria, caso fosse planejado.
O único problema é que, na maioria dos casos, o urgente não chega em nossas mãos por um motivo externo ou algo extraordinário, e sim como uma falta de planejamento, o famoso: “deixado para a última hora”.
Nessa hora, o necessário é analisar se essa “urgência“ merece que o planejamento para outros projetos seja desperdiçado, junto com sua madrugada, companhia da família, etc. Se tudo for chamado de urgente, nada será tratado como urgência.