“Sim, nós desenvolvemos sites de compra coletiva”. Essa é a frase mais repetida na agência nos últimos 3 meses. Com o boom do segmento, muitos empreendedores vem buscando uma fatia do bolo degustado pelo Peixe Urbano (primeiro site de compra coletiva do Brasil, com 7 meses de mercado).
Embora muitos já sintam um verdadeiro *erk* quando ouvem a expressão compra coletiva, o mercado ainda está crescendo e se solidificando, havendo espaço para bons projetos. Nos EUA existem aproximadamente 500 sites de compra coletiva, enquanto no Brasil, existe uma média de 100 sites. Esse número muda semanalmente, na velocidade de 2 novos sites por semana, segundo a revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios.
Sobre o faturamento, o fundador do Peixe Urbano, Júlio Vasconcellos, não revela dados financeiros, mas admite que em uma única promoção obteve o faturamento de 1 milhão de reais, segundo a revista Época.
Muitos empresários animados com esses números, estão correndo atrás de lançar seus sites, na grande maioria segmentandos para promoções voltadas a mercados específicos, como turismo, GLS, gastronomia, etc. Mas enquanto novos sites de compra coletiva vão surgindo, velhos erros vão se repetindo, aumentando a grande bolha desse segmento. Os principais erros são:
Falta de planejamento
Dos pedidos de orçamento que recebemos, 9 em 10 não possuem planejamento maior do que “preciso disso pra ontem”. Como qualquer empresa, um site de compra coletiva não pode pular a conceituação da marca (branding).
Marca x Compra por impulso
Como o segmento ainda é uma novidade, não existe fidelização entre consumidores e marcas de compra coletiva. O motivador de compra ainda é o impulso, por encontrar nesses sites, um desconto nunca visto em outro local.
Após a novidade e com o amadurecimento desse segmento, as marcas começarão a ganhar espaço na escolha dos consumidores, mas se os sites forem esperar chegar esse momento para investir na marca, já poderá ser tarde.
Layouts iguais
A grande maioria dos layouts de sites de compra coletiva são iguais. Sem nenhuma tentativa de inovação. Infelizmente, esse é o perfil de grande partes dos empreendedores digitais brasileiros, um importador de receitas americanas.
Busca somente por faturamento
Na maioria dos sites, não existe um número máximo de vendas, levando, muitas vezes, a um número de vendas fora do planejado, trazendo para os anunciantes um problema de logística para atender a todos os clientes.
Segundo Júlio Vasconcellos, em entrevista para o Jornal da Globo: “A gente teve uma iogurteria no Rio de Janeiro que, acho que o número mínimo era 50, e a gente vendeu 23 mil frozen yogurts em 24 horas, que é o número que eles vendem em três meses”.
O Reclame aqui, está lotado de reclamações de consumidores que compram serviços e produtos em sites de compra coletiva. Até o dia 26 de novembro de 2010, três sites de compra coletiva tinham juntos, 1599 reclamações de clientes.
Os sites de compra coletiva devem deixar claro para as empresas anunciantes, que não se deve buscar lucro nos anúncios. A ideia é atrair novos clientes até o estabelecimento, divulgando a marca.
Sushi, Massagem e Escova
Por mais que uma agência de publicidade ou produtora web tenha toda a expertise em criação de portais e comunicação com internet, será a equipe de vendas que trará anunciantes (promoções) para o site. Um estudo sobre as expectativas de compra dos clientes finais é importantíssimo para que se ache um importante diferencial. Sem isso, acabará anunciando o que todos os concorrentes anunciam: comida japonesa, shiatsu e escova progressiva.
Com o andar da carruagem, tudo indica que em pouco tempo teremos uma quantidade absurda de sites de compra coletiva no Brasil. O que define quem vai sobreviver e quem vai ser engolido pelo mercado? Se não souber responder essa pergunta, leia novamente esse post.